Ex-diretor da Petrobras atuou na campanha de Lindberg; sua função seria pedir doações a empreiteiras


O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa teria atuado na campanha do candidato do PT ao governo no Rio, Lindberg Farias, com a missão de pedir doações a empreiteiras em nome do senador petista. A informação foi publicada, ontem, pela “Folha de S. Paulo”.
Segundo o jornal, Costa, que é réu num processo decorrente da operação Lava-Jato — em que a Polícia Federal (PF) investiga um esquema de desvio de verbas da Petrobras para o financiamento de campanhas —, tinha em casa uma planilha manuscrita com nomes de companhias que prestam serviços à estatal. A listagem incluiria anotações sobre contribuições eleitorais, sem citar o nome do beneficiado.Na última quarta-feira, em depoimento, Costa confirmou que, no início do ano, foi procurado por um candidato ao governo fluminense a fim de que arrecadasse recursos para a corrida eleitoral. Pelo acordo de delação premiada — em que aceitou revelar detalhes do esquema de desvio de verbas da estatal para campanhas, em troca da redução de sua pena —, o ex-diretor da Petrobras não podia mencionar no depoimento nomes de políticos com foro privilegiado (como deputados e senadores). Segundo a “Folha de S. Paulo”, porém, o beneficiado seria Lindberg Farias.
“Participei eu acho que de umas três reuniões com esse candidato lá no Rio de Janeiro, como outras pessoas também participaram. E foi listada uma série de empresas que podiam contribuir com a campanha para o cargo político que ele estava concorrendo. E essa planilha foi, então, encontrada na minha casa”, disse Costa.
A assessoria de Lindberg admitiu o convite a Costa para participar da preparação do programa de governo, mas negou que ele tivesse a função de captar doações.
Em resposta à reportagem publicada pela “Folha”, a assessoria de imprensa do senador declarou: “Em janeiro de 2014, Paulo Roberto Costa esteve em três reuniões de preparação do programa de governo de Lindberg. Nessas ocasiões, o ex-diretor da Petrobras tão somente discutiu com especialistas propostas para a área em que detinha conhecimento, a de óleo e gás. Ele não participou de nenhuma forma da captação de doações eleitorais”.
Ainda de acordo com a nota da assessoria de Lindberg, “não se pode confundir isso com as atividades ilícitas do ex-diretor posteriormente reveladas pela chamada Operação Lava-Jato. Nesse período não se tinha nenhuma informação sobre tais atividades”.
Em seu depoimento, Paulo Roberto Costa disse que o candidato que o contratou teria lhe fornecido uma lista com uma série de empresas: “Algumas que eu tinha contato, outras, não”.
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